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Prefeitura de Belém atua na operação de desmobilização dos grupos terroristas determinada pelo STF

A Prefeitura de Belém e Governo do Estado atuaram juntos na manhã desta segunda-feira, 9, para desmobilizar na capital paraense qualquer tipo de ato antidemocrático de grupos terroristas em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula nas eleições de 2022.

Os grupos antidemocráticos se concentravam em frente ao Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS) do Exército Brasileiro, localizado na avenida Almirante Barroso, no bairro do Marco, desde há quase três meses. 

A ação foi coordenada pela Organização Pública de Belém, ligada à Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), com  o objetivo de garantir o cumprimento do Código de Postura do Município, como disse o coordenador da Organização Pública, Rafael Braga, durante a ação. “Nós retiramos todos os obstáculos da frente do 2° BIS, ou seja, os que estava impedindo o direito de ir e vir do cidadão. Ou seja, fizemos a retirada deixando a área completamente desobstruída”. 

Por volta de 11h, a avenida Almirante Barroso já estava totalmente desobstruída, resultando em cinco extremistas detidos na ação pela Polícia Militar do Pará e encaminhados para a sede da Polícia Federal em Belém.

Planejamento – A decisão pelo início da operação foi tomada em reunião realizada no começo da manhã desta segunda-feira, 9, no Centro Integrado e Controle da Secretaria de Estado Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), que contou com a presença dos diversos órgãos da segurança pública estadual e do Município de Belém.

A ação de retirada dos antidemocráticos da Almirante Barroso, uma das principais vias da capital paraense, atendeu a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que ordenou a desmobilização no país de todos os atos antidemocráticos dos eleitores do ex-presidente da república Jair Bolsonaro, apontado como o maior motivador da violência registrada em Brasília neste domingo.

“Em respeito à decisão do ministro Alexandre de Moraes, a Prefeitura de Belém irá colaborar com as ações para a retirada das barracas que impedem o direito de ir e vir e atentam contra a Democracia na Av. Almirante Barroso”, afirmou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, em suas redes sociais pouco antes do início da operação.

Efetivo – A Prefeitura de Belém integrou a ação com a presença da Guarda Municipal, que disponibilizou um efetivo de 20 guardas, e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), responsável por interditar o trânsito na área durante a operação, contando com um efetivo de cinco viaturas e três motocicletas, cada veículo com dois agentes.

Ambos órgãos prestaram apoio à Polícia Militar e à Organização Pública de Belém, que estava à frente da ação de desmobilização. Ao todo, mais de cem agentes da segurança pública estavam envolvidos na operação. 

A Guarda Municipal de Belém informou que vai deixar uma viatura destacada no local, de maneira permanente, para garantir que os golpistas voltem a ocupar o local. 

População aprova iniciativa 
A ação de desobstrução da avenida Almirante Barroso, em Belém, foi aprovada pela população. “Foi a melhor coisa que fizeram aqui, porque eles ocupavam há muito tempo a via. Os pedestres e nós ciclistas não podíamos passar por aqui há meses. Queremos ter o livre acesso aqui”, disse a encarregada de serviços gerais Paloma Silva, que costuma passar na Almirante Barroso todos os dias para trabalhar. 

“Essa ação do poder público é realmente necessária, eficaz e prudente. Democracia é isso, uns vencem e outros perdem e quem perde tem que enrolar a bandeira, cobrar dos que ganharam e esperar a próxima eleição”, avaliou sobre os atos antidemocráticos, o professor Edilon Coelho, que trabalha em um cursinho preparatório, localizado em frente ao acampamento bolsonarista desmobilizado hoje. 

Texto: Fabricio Lopes

Foto: João Gomes