O índice de acidentes nas principais vias de circulação do município vem diminuindo gradativamente. É o que apontam os últimos dados fornecidos pelo Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran/PA). Na avenida Augusto Montenegro, por exemplo, no ano de 2015 foram registradas 833 ocorrências, em 2016 esse número caiu para 800 e em 2017 foram registrados cerca de 760 acidentes.
Na avenida Almirante Barroso o efeito é o mesmo. A via, cujo limite de velocidade passou de 60 para 50 km/h em 2015, também registrou diminuição nos acidentes. Logo no primeiro ano da mudança, o Detran registrou 500 acidentes na via. Em 2016, no entanto, houve um aumento, com 551 ocorrências. Já em 2017 esse número voltou a diminuir, com o registro de 494 acidentes.
Na avenida Pedro Álvares Cabral também houve queda. Em 2015, foram registradas 352 ocorrências, em 2016 foram 357 e em 2017, até o mês de novembro, foram registrados 317 acidentes.
Ações voltadas para diminuição no número de sinistros são realizadas pela Prefeitura de Belém ao longo de todo o ano. A diretora titular da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), Ana Paula Grossinho, ressalta que, aliadas à fiscalização, as ações educativas desenvolvidas pelo órgão auxiliam na diminuição da imprudência no trânsito e, consequentemente, no número de acidentes. “A Semob realiza um trabalho educativo permanente, cujas ações abrangem os diversos atores que compõe o trânsito no município, e prudência no trânsito é um tema sempre em foco. Agora mesmo, durante a operação de Volta às Aulas que desenvolvemos em parceria com escolas públicas e privadas do município, dedicamos parte da programação para chamar a atenção dos condutores para diminuirem a velocidade em áreas escolares e dos pais e responsáveis dos alunos, a respeito da forma correta de se transportar crianças pequenas. Além disso, também temos outras frentes de atuação, com ações voltadas aos pedestres, ciclistas, motoristas de carros particulares, rodoviários e motociclistas, enfim, um público extenso, em que cada grupo possui suas particularidades. Claro que ainda há muito a se fazer, este mês mesmo tivemos registros de imprudência e desrespeito à sinalização na própria Augusto Montenegro, mas baseados nos últimos dados divulgados, entendemos que estamos no rumo certo”, ressalta Ana Paula.
Trabalhar a mudança comportamental do condutor é um dos grandes desafios para a mobilidade urbana e segurança no trânsito. Já que, mesmo diante da diminuição no registro de acidentes, o desrespeito à sinalização ainda é constante em Belém. Nos últimos quatro anos, entre as infrações mais cometidas por motoristas estão o excesso de velocidade e avanço de sinal vermelho, imprudências que estão muitas das vezes atreladas ao número de acidentes.
“Levando-se em consideração a importância dessas vias e o fato de algumas estarem em obras por causa do BRT, realmente é uma vitória atingirmos esse índice. Esses resultados mostram que não somente os esforços na fiscalização do comportamento de condutores contribuíram para a queda nos números registrados na capital, como também às ações de educação e a mudança de postura da população. No decorrer do ano o Detran, por meio de sua Coordenadoria de Educação, também promoveu ações educativas em escolas públicas, particulares e em entidades privadas, algumas localizadas nesses corredores”, lembra o diretor técnico operacional do Detran, Walmero Costa.
De acordo com o diretor de trânsito da Semob, Marcos Chagas, as operações de fiscalização do órgão também vêm atuando para a segurança no trânsito. “As ações dos agentes de trânsito da Semob são realizadas principalmente nas vias que concentram grande circulação de veículos. Também fazemos uso de diversos instrumentos que auxiliam nosso trabalho como implantação de radares, responsáveis em fiscalizar imprudências como o avanço de sinal vermelho e o excesso de velocidade; reforço na sinalização de trânsito, implantação de redutores de velocidade, entre outros. Vale ressaltar que o Código de Trânsito Brasileiro possui normas expressas para circulação, inclusive em vias não sinalizadas, e essas orientações são repassadas ao condutor até mesmo durante o processo de habilitação. Então, cada cidadão precisa estar consciente da sua corresponsabilidade e ser mais prudente, seguir as regras e respeitar as leis, mesmo sem a presença de um agente, em prol de um trânsito mais humanizado e seguro”, pontua.
Por Ricardo Miranda
Fotos: Oswaldo Forte/João Gomes/Tássia Barros
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