Obras do BRT impulsionam a geração de empregos na capital

• Atualizado há 7 anos ago

A recepcionista, Antônia Valdirene Vieira, 44 anos, está no cargo no escritório do Consórcio BRT há três anos.
A recepcionista, Antônia Valdirene Vieira, 44 anos, está no cargo no escritório do Consórcio BRT há três anos.

Mesmo atravessando um cenário nacional de crise, as obras do Sistema Bus Rapid Transit (BRT) na avenida Augusto Montenegro não param e seguem, também, impulsionando a geração de empregos diretos e indiretos em todas as frentes de serviços na capital. A Prefeitura de Belém tem possibilitado o cadastro para vagas no canteiro de obras por meio do Portal do Trabalhador, órgão vinculado à Secretaria de Economia (Secon) que visa a intermediação de empregos por meio das empresas cadastradas.
De dezembro de 2015 até hoje, já foram 1.149 pessoas admitidas pelo Consórcio BRT Belém e distribuídas em quase 30 tipos de funções para dar conta de todas as atividades da obra. Atualmente, o contingente é de 366 trabalhadores contratados de modo direto e 78 empregados indiretamente. “Esse efetivo atual mostra que já passamos pelo maior ponto de mobilização de pessoal para dar conta de várias frentes de obra, como na época do primeiro trecho e da construção do Terminal Mangueirão”, destaca o engenheiro e fiscal da obra pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), Eduardo Mello.
A recepcionista, Antônia Valdirene Vieira, 44 anos, ocupa essa função no escritório do Consórcio BRT há três anos, depois de passar sete anos desempregada. “Entrei como serviços gerais, fui fazendo meu trabalho, e hoje estou como recepcionista. Além do dinheiro certo todo mês, dos benefícios de ter um emprego fixo, essa obra do BRT ainda me deu a oportunidade de fazer um curso de informática básica e avançada. Eu estou muito realizada”, afirma a mãe de duas filhas.
O balanço efetuado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), sobre a geração de empregos formais em Belém, no período de março de 2017 a fevereiro de 2018, mostra um saldo negativo de 2.424 postos de trabalho no setor formal da economia. Foram 80.089 admissões contra 82.513 desligamentos. A situação poderia ser pior se não estivessem em andamento as obras de infraestrutura promovidas pela administração municipal, gerando emprego na cidade. “A maioria dos setores econômicos da capital apresentaram queda na geração de empregos formais. Na outra ponta, o destaque positivo ficou por conta do setor da Construção Civil com a geração de 507 postos de trabalhos”, enfatiza Roberto Sena, do Dieese.
De acordo o secretário Municipal de Urbanismo, Adinaldo Oliveira, a obra do BRT está na contramão do que o país já enfrentou quando o assunto é construção civil. “Muitas obras em outras capitais estão paradas, foram suspensas ou tiveram um grande número de desligamentos. E aqui, podemos ver que as obras seguiram, gerando emprego. Mesmo as empresas contratadas de outras cidades para executarem serviços aqui, empregam mão-de-obra da nossa capital”, pontuou o secretário.
Para o auxiliar de serviços gerais, Paulo Machado da Silva, 56 anos, o trabalho na obra significou uma completa mudança de vida. Ele e mais 19 trabalhadores do antigo lixão do Aurá receberam cursos profissionalizantes do Centro de Referência de Assistência (Cras) e foram encaminhados ao cadastro de vagas. “Desde 1992 eu não tinha um emprego fixo e trabalhava como autônomo no lixão do Aurá”, conta o auxiliar. “Pelo projeto social do Cras fiz curso de elétrica predial e me qualifiquei. Então consegui algo que parecia impossível, um emprego novamente. Eu cheguei aqui de bicicleta e hoje já consegui comprar uma moto”, comemora o trabalhador.
Por Jaqueline Ferreira
Fotos: Arquivo Comus

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