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Novo trecho da Bernardo Sayão saneado e urbanizado é motivo de festa para a população

Inauguração da Bernardo Sayão
Inauguração da Bernardo Sayão

Quando seu Manuel de Jesus foi morar na Bernardo Sayão, há 52 anos, a pequena Ivy Nicole Afonso, de oito anos, ainda nem sonhava em nascer. Mas, mesmo com a diferença de idades, os dois presenciaram e sentiram na pele, o que era viver em um local sem infraestrutura. Agora, os dois festejam a nova realidade de quem mora na avenida Bernardo Sayão, no trecho entre José Bonifácio e Augusto Corrêa, beneficiado pelas obras realizadas pela Prefeitura de Belém, por meio do Programa Sanear Belém.
Inauguração da Bernardo Sayão
Inauguração da Bernardo Sayão

A via passou por um processo de completa transformação com obras de macrodrenagem, urbanização e paisagismo que estão impactando de forma direta a vida de 54 mil pessoas. E nesta quinta-feira, 05, foi inaugurada em meio a festejos que contou com a presença do Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.
A pouca idade de Ivy guarda uma triste memória, ainda recente, das condições da Bernardo Sayão. “Isso aqui tinha um cheiro muito ruim, era uma vala enorme, não dava nem pra pisar no chão. Agora posso brincar todo dia, porque o ‘Zenaldo’ fez isso aqui pra gente. Dá pra andar de bicicleta, de patinete.  uma maravilha”, elogiou.
Manoel de Jesus - Inauguração da Bernardo Sayão
Manoel de Jesus – Inauguração da Bernardo Sayão

Já seu Manuel, que hoje tem 65 anos, se deparar com a mudança da via é algo extremamente satisfatório, segundo ele. “Isso é um sonho se tornando realidade. Quando cheguei aqui [no bairro] era só uma vala grande, onde o transporte chegava a ser suspenso algumas vezes, devido às condições da rua, e aquela vala grande foi se transformando num lixão. Hoje, eu vejo a transformação que meu pai, minha mãe, meus tios, não tiveram a oportunidade de viver esse momento, que graças a Deus eu tô vivendo, graças ao compromisso do nosso gestor em tocar o projeto de saneamento da nossa área”, contou o funcionário público federal.
O trecho da avenida Bernardo Sayão faz parte de um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), firmado em 2010, no valor de R$ 128 milhões. O contrato abrange também ações no Canal da Três de Maio. Somente na Bernardo Sayão, o investimento chega a R$ 86 milhões. O antigo canal a céu aberto que cortava toda a extensão da via passou por um complexo trabalho de engenharia e foi fechado por completo no trecho, com a instalação de galerias. Uma rede de microdrenagem também foi garantida para canalizar a água das vias da área para as novas galerias subterrâneas. Para garantir acessibilidade, a Prefeitura construiu dois mil metros de calçadas com piso tátil e mil metros de ciclovia. A sinalização da via já foi concluída e atendeu projeto técnico elaborado pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB). Além das pessoas que moram no local, toda a cidade ganha com a melhoria do sistema viário em uma importante região de trânsito de Belém, pela grande concentração de portos.
O prefeito Zenaldo Coutinho relembrou que, ao assumir a gestão, encontrou a obra da macrodrenagem nesse local com várias irregularidades, incluindo problemas com a empresa licitada que estava operando na obra. Com isso, passou por um novo processo de reformulação para se chegar às novas conquistas, que incluem o financiamento do BNDS. “Hoje uma etapa estamos entregando, e eu preciso agradecer a cada morador, pela paciência, a cada comerciante, a cada proprietário de porto que sofreu muito com as obras, enfim, a cada um, obrigado pela paciência e confiança. A obra de concreto, de drenagem, de asfalto aconteceu, e também, a de paisagismo. Parabéns à comunidade pelo comportamento cidadão de preservar esta mudança do espaço”, ressaltou.
Ainda de acordo com o prefeito, outras vias também receberão investimentos, como o Canal da 3 de Maio e outras passagens. “Fico feliz de estar concluindo a inauguração dessa obra do primeiro trecho, porque estamos trazendo para eles [moradores] aquilo que eles nos deram, que foram os recursos, impostos, e agora estamos devolvendo”.
Os moradores já usufruem da nova área que foi abraçada e apropriada por centenas deles que usam o local para a prática de atividades físicas. “Surgiu a ideia de aproveitar o espaço porque ficou bonito, né. É muito gostoso você ficar num espaço físico onde a gente se sinta bem. E é o que tá acontecendo”, contou o estudante de Educação Física Anastácio Porcem, de 37 anos, que criou o projeto “#Bunitão e Bunitona”, que já conta com mais de 100 moradores que se reúnem para se exercitar na nova avenida. “Antes, era totalmente lixão a céu aberto, né, o valão que existia aqui. Era vergonhoso, algumas vezes, dizer que a gente morava nesse espaço do Guamá. Hoje, a gente se sente muito bem de dizer: olha, eu moro naquelas proximidades – e fazer uso daqui”, comemorou.
Luciana Vasconcelos, coordenadora do Programa Sanear Belém, lembrou que a comunidade foi muito importante neste processo de mudança da via que trouxe, sobretudo, qualidade de vida para a população. “Foram dias difíceis para quem mora ou transita aqui, mas conseguimos entregar um espaço totalmente novo para a população, que certamente viverá um novo momento. Mas as obras ainda não pararam, a gente vai seguir para os próximos trechos levando melhorias para outras famílias. Por isso, agradeço a cada pessoa que colaborou com nossas equipes, a cada operário que se dedicou nesse projeto”, frisou.
Para promover a apropriação do espaço público pela comunidade e contar com a parceria dos moradores no cuidado com o novo patrimônio, a Prefeitura de Belém já iniciou um trabalho de educação para o trânsito, desenvolvido pela SeMOB, para que todos façam uso seguro e responsável da via, para a prevenção de acidentes. Educadores ambientais das secretarias municipais de Meio Ambiente (Semma) e de Saneamento (Sesan) também fazem a sensibilização de moradores para evitar o descarte irregular de lixo e entulho na via pública. Para contribuir com o trabalho, a Sesan instalou vinte lixeiras ao longo da nova via.
O projeto de paisagismo também é desenvolvido em parceria com a comunidade, por meio do projeto Padrinhos do Ipê, que têm moradores e comerciantes voluntários que se responsabilizaram por cuidar da manutenção dos 200 pés de ipê das cores lilás e rosa plantados em toda a extensão da avenida. Os padrinhos receberam treinamento, regadores e adubo para fazer a manutenção das plantas e acionar o município em caso de vandalismo ou outras emergências.
*Texto escrito com colaboração de Tânia Menezes (Sanear Belém)
Por Karla Pereira
Fotos: Fernando Sette – Comus

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