O uso da bicicleta como meio de transporte, aumenta cada vez mais. Seja para fugir dos engarrafamentos ou para adotar um estilo de vida mais saudável. Motivos não faltam para começar a pedalar. Neste dia 3 de junho é comemorado o dia Mundial da Bicicleta, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Hoje, Belém já possui o total de 116,5 km de ciclovia e ciclofaixa. Com isso, a cidade está entre as dez capitais brasileiras que mais possuem malha viária. Todavia, a Prefeitura de Belém trabalha, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), para ampliá-la às vias mais centrais.
Em alusão à data, a Semob, com o intuito de garantir a segurança dos ciclistas, iniciou operação de fiscalização ostensiva nas ciclofaixas/ciclovias da cidade, a fim de coibir infrações relacionadas à circulação, estacionamento e parada de veículos nas ciclofaixas e ciclovias do capital. A ação ocorrerá todo o mês de junho, inclusive, com ações educativas.
Mais Saúde – O autônomo Tiago Freitas pedala há cinco anos. Primeiramente, adotou a bicicleta como meio de transporte por causa do trabalho, pois é mais seguro ir pedalando do que andando.
“É mais rápido, pois evitamos engarrafamento e como saio muito tarde do trabalho, ficaria perigoso voltar andando para casa”, explicou. Porém, também ajuda a manter o condicionamento físico. “Pedalar ajuda a manter a saúde”, disse.
O supervisor de hamburgueria, Ari Vital, anda de bicicleta há três anos, desde que começou a trabalhar à noite. “Eu evito engarrafamento, além de melhorar a qualidade de vida, de locomoção e é bem mais rápido”, explicou.
Ari disse que, com a prática do pedal, melhorou muito a saúde, principalmente, a questão respiratória, cardiológica e reduziu a gordura corporal. “Hoje consigo pedalar vários quilômetros sem me cansar”, contou, ressaltando a melhora no desempenho.
Malha cicloviária – Os atuais 114 km de malha foram acrescidos de mais 2,5 Km de malha, na avenida Almirante Tamandaré e Trav. São Francisco, entregues no último dia 29 de maio, totalizando 116,5 km. A Prefeitura de Belém trabalha, por meio da Semob, para ampliar essa malha cicloviária para as vias mais centrais.
Está prevista a implantação de ciclofaixas nas seguintes vias: avenida Doutor Freitas entre as avenidas Brigadeiro Protásio de Oliveira e Almirante Barroso; Av. João Paulo II, entre Passagem Mariano e Av. Doutor Freitas; Av. 16 de Novembro, em Mosqueiro; e a ligação das avenidas Pedro Miranda com a Visconde de Souza Franco, por meio da rua Bernal do Couto.
A malha já existente, também, passa por revitalização. Em 2021, 5,5 km nas avenidas Pedro Miranda, Visconde de Souza Franco (Doca) e Independência receberam melhorias, com investimento de R$ 233.482,58. Este ano, já foram revitalizados 13 km de ciclofaixa/ciclovia.
Reestruturação – O supervisor de operação e fiscalização de trânsito da Semob, Elias Jardim, informa que as cidades foram projetadas para carros, porque são projetos que datam de 60, 70, 80 anos atrás.
A partir do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), criado pela Lei 9.503, de 1997, começou a se ter essa visão de outros modais. Segundo o supervisor de trânsito, as equipes de engenharia tiveram que reestruturar a cidade para todos tipos de modalidade de transporte, incluindo as bicicletas.
“Hoje estamos trabalhando isso. Atualmente, a cidade já possui cerca de 116,5 km de ciclovia e ciclofaixa e estamos entre as 10 capitais que mais têm ciclovia e ciclofaixa. Existe um projeto voltado à integração de toda essa malha cicloviária para o ciclista ter condições de sair de sua casa, seja para o trabalho, seja para o lazer, e conseguir chegar ao ponto final”, explicou.
Fiscalização – Tanto Tiago como Ari são unânimes em dizer que o hábito saudável de andar de bicicleta melhora a saúde. Porém, ambos destacaram a falta de respeito às ciclofaixas por parte dos condutores de veículos. “Falta respeito à distância mínima”, enfatiza Ari.
De acordo com o instrumento legal vigente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a bicicleta é considerada um veículo de transporte, sendo motorizada ou não, o que assegura ao ciclista o direito de trafegar nas vias, com prioridade sobre os veículos automotores.
“Atualmente, os nossos canais de comunicação garantem o contato direto com a população e faz com que cheguemos mais rápido ao local de denúncias e reclamações. Hoje, já temos mais viaturas, mais motocicletas e isso vai abranger a nossa fiscalização. Trabalhamos as mídias sociais justamente para tentar atender a essa demanda, principalmente esse desrespeito com os ciclistas”, reforçou o supervisor operacional.
Autuações – A partir de denúncias, a equipe da Semob vai ao local e fiscaliza. Mas, Elias Jardim reforça que, por lei, o agente só pode autuar mediante flagrante e não permite que seja feita a autuação com base em vídeo de usuário. Somente por radar e videomonitoramento, equipamentos regulamentados pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). “A Resolução 909 de videomonitoramento dá uma maior abrangência à fiscalização, principalmente, nos principais corredores da cidade”.
A fiscalização da Semob é regular para coibir esse tipo de infração. Neste ano, já foram feitas 191 autuações por transitar e estacionar em ciclofaixa/ciclovia. “Buscamos dar mais segurança aos ciclistas que, diariamente, utilizam essa malha”, finalizou.
Educação – A Semob mantém ações regulares de educação para o trânsito, principalmente, na orientação aos pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores, para que tenham uma consciência e atitudes mais seguras no trânsito, bem como, ações educativas nas escolas, onde é reforçada a questão comportamental no trânsito e, com isso, preparar crianças e adolescentes para que sejam adultos mais atenciosos e conscientes.
Essas ações foram intensificadas dentro da programação Maio Amarelo, de conscientização e prevenção de acidentes de trânsito. E está sendo retomada dentro dessa operação.
Nesta segunda-feira, 6, a Semob vai realizar ação educativa na ciclofaixa da avenida Pedro Miranda, na esquina da travessa Estrella, de orientação ao ciclista, para os cuidados que ele deve ter ao usar a ciclofaixa com segurança. E, aos condutores, respeitarem o espaço destinado aos ciclistas, em uma forma de coibir infrações e multas.
Texto: Rosângela Gusmão
Foto: Ascom/Semob