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Prefeitura aumenta em quase 50% a malha cicloviária e investe em mobilidade

Waldir Brandão ( avo ) e Pietro Brandão ( neto )
Waldir Brandão ( avo ) e Pietro Brandão ( neto )

Melhorar a mobilidade urbana é um dos objetivos da Prefeitura de Belém e se engana quem pensa que tudo se resume a obras do Sistema Bus Rapid Transit (Sistema BRT). Claro que este que é um dos mais importantes projetos de mobilidade da história da capital paraense, que, quando concluído, irá reconfigurar toda a forma de se locomover pela cidade, mas há outras iniciativas tão ou mais importantes que são foco da gestão municipal visando à coletividade.
Uma delas é a interligação e o aumento da malha cicloviária. Até 2013, Belém era dotada de ciclovias e ciclofaixas isoladas, sem conexões entre si. Na atual gestão, o foco foi aumentar essa malha, fazendo conexões entre as vias já existentes para os ciclistas. Belém deu um salto de 67,9 quilômetros de malha cicloviária para 100,6 quilômetros nos últimos anos. Entre 2013 e 2019 a ampliação foi de 32,7 quilômetros, ou seja, a gestão Zenaldo Coutinho aumentou em quase 50% a malha construída ao longo de toda a história de Belém.
Só em 2018 a cidade ganhou dois quilômetros de ciclofaixa na travessa Vileta, indo da rua Antônio Everdosa à avenida João Paulo II, dentro do projeto do binário Vileta/Humaitá; mais um quilômetro de nova ciclovia na avenida Bernardo Sayão; 638 metros da ciclofaixa Ver-o-Rio, que interliga a travessa Dom Romualdo de Seixas, entre avenida Pedro Álvares Cabral e Marechal Hermes, seguindo na Marechal Hermes até a Doca; e 250 metros de ciclofaixa na nova rua Belém, em parceria com o governo federal, em fase de conclusão.
A cidade ainda ganhou em novembro 365 metros de ciclofaixa na avenida Dr. Freitas, interligando a ciclofaixa da avenida Perimetral à avenida Almirante Barroso. E hoje a Prefeitura de Belém está executando, em parceria com o governo estadual, a ampliação da ciclovia da avenida João Paulo II, em um primeiro trecho a partir da Dr. Freitas até o Batalhão de Polícia Militar Ambiental.
Esse objetivo de interligar a malha cicloviária atende pessoas como o biológo Wandell Upton. Há 12 anos a bicicleta é seu principal meio de transporte, pela praticidade de locomoção e, também, pela melhoria da condição física. “As ciclovias cresceram bastante em Belém nos últimos anos, mas ainda está longe de atender a toda necessidade dos ciclistas. O principal problema é a falta de integração”, diz. “Investir em outros modais, como a bicicleta, amplia as possibilidades de a população poder escolher entre mais de um tipo de transporte ou utilizar uma maneira híbrida de transporte”, avalia.
O investimento se justifica em números de usuários desse modal de transporte, que só aumenta ano a ano. Em Belém, 53,2% das pessoas que usam bicicleta escolheram esse meio de locomoção como modo de transporte urbano pela rapidez e praticidade. Outros 17,2% fazem a escolha por se preocupar com a saúde, 19,7% pelo baixo custo e 2,2% pela preocupação ambiental.
Nádia Mota é uma das que há dois anos incorporou a bicicleta à rotina. Pelo menos três vezes por semana ela acorda às 4h30 e sai para pedalar às 6h. “É o transporte mais econômico. Busco qualidade de vida e levo menos tempo para chegar ao trabalho, pois não fico presa nos engarrafamentos”, explica.
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Bike Belém – Investir em ciclomobilidade não é apenas aumentar o número de ciclovias e ciclofaixas, mas também criar um ambiente favorável ao uso da bicicleta. Pensando nisso, a Prefeitura de Belém, em parceria com a iniciativa privada, em 2017 criou o sistema de bicicletas compartilhadas Bike Belém, a primeira desse molde no Norte do Brasil. O Bike Belém conta hoje com 11 estações espalhadas em diversos pontos da cidade e 40,3 mil usuários cadastrados que podem retirar a bicicleta em um ponto e deixar em outro. Também em uma parceira público-privada, em 2018 foram instalados 16 paraciclos em pontos de grande fluxo de ciclistas, como o Ver-o-Peso e o Portal da Amazônia.
Para diminuir o número de infrações de trânsito, nesta gestão foi criado também o grupamento de agentes ciclistas, agentes de trânsito que trabalham exclusivamente para garantir que as ciclofaixas estejam livres para o trânsito das bicicletas.
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BRS – Outra forma de desafogar o trânsito de Belém veio com a implantação do BRS (Bus Rapid System, ou Serviço Rápido por Ônibus) em 2017. O novo modelo de circulação de ônibus em faixas exclusivas começou a vigorar em três dos principais corredores que dão acesso à área central de Belém – as avenidas Governador José Malcher (no trecho compreendido entre as avenidas José Bonifácio e Visconde de Souza Franco), Conselheiro Furtado (entre as travessas Castelo Branco e Padre Eutíquio) e travessa Castelo Branco (da Governador José Malcher à Conselheiro Furtado) – e em breve será ampliado para a travessa Padre Eutíquio (a partir da avenida Conselheiro Furtado), rua Gama Abreu e avenidas Presidente Vargas, Gentil Bittencourt (até a travessa 14 de Março) e José Bonifácio (até a avenida Magalhães Barata).
Pelo sistema BRS, no período de 6h às 22h, de segunda a sábado, as faixas da direita das vias definidas ficam reservadas à circulação de coletivos. Já as demais faixas de rolamento permanecem disponíveis para o tráfego misto, que acaba, com isso, ficando mais ágil sem a interferência dos coletivos. Para quem trafega por ônibus, o tempo de viagem diminui consideravelmente, já que os ônibus ganham em velocidade.
A implantação do sistema já resultou em um tempo mais curto de viagem dos ônibus e mais agilidade dos veículos que trafegam pelas outras pistas. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) indica, ainda, que alguns pontos do BRS serão ampliados.
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Mototáxi – Foi na atual gestão que Belém legalizou o serviço de transporte por mototáxi. Na mais recente licitação, concluída no final de 2018, a Prefeitura de Belém ofereceu 2.800 vagas para a prestação do serviço. Inscreveram-se para o certame 1.509 candidatos, dos quais cerca de 1.200 estão habilitados e podem dizer com orgulho que são mototaxistas legalizados.
É o caso de Rômulo Marques, que já atua há seis anos como mototaxista. Rômulo faz parte da primeira turma desses profissionais habilitados pela Prefeitura, ainda em 2013, e quando soube da nova concorrência se prontificou a participar novamente.
“Estar legalizado traz mais segurança aos mototaxistas, que trabalham assegurados pela legislação, e também aos usuários, que podem contar com um serviço de qualidade”, comemora. A exploração do serviço é atestada pela Semob, com a garantia de que o condutor da moto atende às exigências técnicas e de qualidade na prestação do serviço, e também amparados por um seguro – obrigatório e pago pelo mototaxista – que pode ser acionado em caso de acidente.
Plano de Mobilidade – Esses e outros pontos fazem parte do Plano de Mobilidade de Belém (PlanMob), instituído pelo Decreto 86.545, de setembro de 2016, e um dos poucos a serem concluídos bem antes do prazo definido pelo governo federal, prorrogado para abril de 2019. O plano, construído coletivamente unindo sociedade civil e poder público em diversas audiências públicas, trata de princípios fundamentais como acessibilidade universal; democratização e equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros; justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e serviços; equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo de qualidade; segurança nos deslocamentos das pessoas; eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano e do sistema de circulação viária; gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da política municipal de mobilidade. Serve, portanto, de norte para toda a construção do planejamento em mobilidade do município de Belém.
Texto:

Esperança Bessa

Fotos: João Gomes/Comus

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