Servidores da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) participaram de um curso ministrado pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa) da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), cujo foco foi orientar e esclarecer as equipes operacionais, administrativas e do atendimento ao público a respeito do transtorno do espectro autista. O curso ocorreu na manhã desta quinta-feira, 1º, de 9h às 12h, no auditório do IT Center.
“O objetivo foi proporcionar conhecimento aos servidores da Semob em relação ao autismo, de modo a propiciar uma maior compreensão do atendimento a esses usuários”, informa a diretora-superintendente da Semob, Ana Valéria Borges.
Qualificação e direitos
Os servidores integram as equipes operacionais, administrativas e do atendimento ao público da Semob e receberam capacitação a respeito do transtorno do espectro autista, através da palestra com o tema “Conhecer, Acolher, Incluir: O Transtorno do Espectro Autista” e ficaram atentos às informações sobre os processos de inclusão, sinais de alerta e formas de intervenção precoce, além de leis e direitos das pessoas com TEA.
“Vamos lidar com esses indivíduos em qualquer lugar que a gente vá. Então é importante que sempre que quando chegue um usuário com transtorno do espectro autista ou seu familiar, a gente saiba de que forma atender aquela pessoa”, ressaltou a psicóloga Bianca Rendeiro, representante da Cepa, responsável por conduzir a capacitação.
Cidadania
Para os servidores foi uma ótima oportunidade para conversar, compartilhar experiências e esclarecer dúvidas referentes ao autismo, principalmente no que diz respeito no atendimento aos usuários do transporte público coletivo por ônibus, já que espaços como as estações e terminais, podem ocasionar uma crise na pessoa com autismo, já que são ambientes com excesso de estímulos sensoriais.
A agente de transporte da Semob, Ana Lúcia Bezerra, achou o momento muito rico durante as trocas de informações. A servidora aproveitou para tirar várias dúvidas, entre elas, a forma correta de atender e se aproximar de uma pessoa com autismo que esteja em um momento de crise, especialmente se o indivíduo for uma criança. “A informação é o primeiro passo para que a gente possa, como disse a psicóloga, gerar empatia e buscar a melhor forma de lidar com a situação”, afirma Ana Lúcia.
Cadastro – Simultaneamente à capacitação dos servidores, também ocorreu o Cadastro de Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, aberto ao público. Neyelle Lacerda, terapeuta ocupacional da Cepa, explica que muitas pessoas não têm conhecimento nem da carteira e nem dos direitos que ela trás, como a gratuidade em alguns locais e o atendimento preferencial.
Segundo Neyelle, “a carteira também ajuda a criar um banco de dados que informa a quantidade de pessoas autistas que há no Estado. O momento do cadastro também é uma ótima forma de esclarecer e orientar a comunidade para que possam compreender melhor os seus direitos”.
A cabeleireira Nádia Borges, compareceu para ter orientações e também para fazer o cadastro do filho, Luiz Otávio, de 16 anos, para ter acesso à carteira de identificação da pessoa com autismo, pois já passou por algumas dificuldades. “As vezes entro em lojas e estou acompanhada do meu filho. Eu sei que ele não aguenta esperar muito tempo. Começa a dar aquelas crises nele”, disse Nádia, reforçando que a carteira vai ajudar bastante.
Nádia afirma que para as pessoas que trabalham com atendimento ao público a capacitação sobre o transtorno do espectro autista é muito importante. “Vai ajudar a saber como agir e a tratar quem tem autismo. Essa parceria foi muito boa”, acentua.
Texto:
Amanda Mardock