Empresários do setor de transporte que mantêm frotas de vans irregulares circulando em Belém terão que sair do mercado. A afirmação foi feita pelo prefeito Zenaldo Coutinho em resposta à solicitação dos representantes das cooperativas de transporte alternativo, durante reunião realizada na manhã desta quinta-feira, 28,no Palácio Antonio Lemos.
Na presença da titular do órgão, Maísa Tobias, Zenaldo recomendou que a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) atue no sentido de conscientizar os empresários que o transporte alternativo é de natureza individual, não pode ser explorado irregularmente por grandes grupos.
A medida agradou os associados da Federação das Cooperativas de Transporte Público Aalternativo, Complementar e Suplementar no Estado do Pará, que solicitou a reunião para reiterar os problemas que a categoria enfrenta diariamente nas ruas da cidade por conta da concorrência desleal e também as dificuldades que muitos deles têm em cumprir as exigências da Semob, que atualmente vem intensificando as fiscalizações para garantir um trânsito mais organizado e seguro à população, inclusive coibindo fraudes no processo de autuação, retenção e liberação de veículos.
O diretor executivo da Fetransporte, Waldir Segundo, fez questão de destacar que em 14 anos de transporte alternativo, é a primeira vez que uma gestão abre as portas para receber os donos de vans e que um prefeito ouve diretamente a categoria. Segundo ele, a Federação reconhece a importância do trabalho de fiscalização da Semob, mas pede que o órgão fique atento para evitar abusos no cumprimento das ações realizadas pelos agentes de trânsito. Durante a reunião, a categoria apresentou várias multas e autuações aplicadas durante essas ações e pediu a revisão da Semob.
Zenaldo recomendou à superintendente da Semob, Maísa Tobias, que os documentos sejam avaliados e as distorções que forem comprovadas, corrigidas, mas destacou também a responsabilidade dos condutores nas autuações. “Como prefeito eu não fico apenas no gabinete, eu ando pela cidade e posso afirmar que tenho olho clínico para os problemas e sei, porque vejo, que tem muitas vans trafegando em Belém totalmente sem condições, cometendo todo tipo de infrações no trânsito e causando situações caóticas nas ruas. Eu reconheço que a atividade é necessária, apoio a legalização, mas também é preciso um mutirão de organização no transporte complementar para aprimorar o setor”, avaliou o gestor.
Ainda sobre as fiscalizações de trânsito, Maísa Tobias disse que desde o início da atual gestão a Prefeitura acompanha a situação do trânsito alternativo feito por vans e motocicletas, o que reforçou a necessidade de uma fiscalização mais intensa, como na avenida Almirante Barroso, na rota do projeto BRT, já com foco no sistema de transporte integrado que está sendo pensado para Belém. “Sou sensível a essa classe e co-partícipe no processo de regulamentação do serviço porque Belém tem áreas que não comportam o transporte coletivo tradicional. Nas fiscalizações, mudamos as abordagens inclusive com ações de educação para o trânsito, porque educar e orientar é a primeira missão da Semob”, afirma Maísa Tobias.
Atualmente, 1100 vans associadas à Fetransporte circulam em Belém. Outra reivindicação das cooperativas é a aprovação do projeto de regulamentação do transporte alternativo enviado pelo prefeito Zenaldo Coutinho à Câmara Municipal em outubro de 2013. Sobre esse assunto o objetivo da Fetransporte na reunião, de acordo com Segundo, era comunicar diretamente ao prefeito que as cooperativas vão centrar esforços em manifestações na CMB para que o projeto entre na pauta de votações o mais rápido possível.
Texto: Lene Tavares
Foto: Oswaldo Forte
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)